domingo, 21 de março de 2010

Trabalho sobre “Lobotomia”

Lobotomia é o nome que foi dado a uma técnica que foi desenvolvida por Egas Moniz em 1935 na Universidade de Lisboa e que lhe valeu o Prémio Nobel da Medicina e Filosofia em 1949.


De uma forma sucinta consistia numa intervenção cirúrgica ao cérebro em que eram cortadas as ligações de qualquer lobo cerebral. Considerada na época uma promissora técnica curativa da psiquiatria a nível mundial, era geralmente usada para tratar casos de depressões graves e mas tarde casos de esquizofrenia grave.

A intenção de Egas Moniz ao utilizar esta intervenção era somente para casos graves de violência ou suicídio.

Como em todas as descobertas existem outros que tentam adaptar as novas técnicas a outras situações, como um tal de Drº Freeman que começou a usar este método com um certo entusiasmo, a tal ponto que esta prática tomou proporções enormes e ele inclusive criou uma variante com custos diminuídos em que utilizava um picador de gelo que espetava no crânio do doente.

Chegou-se ao ponto de praticar esta técnica em crianças mal comportadas.

Nos EUA foram intervencionadas cerca de 50.000 pessoas sendo uma intervenção irreversível.

Este tema tornou-se controverso a partir de uma certa altura, pois era uma cirurgia muito invasiva e os resultados começaram a ser questionados. Os americanos insistiram nesta prática e são suspeitos de realizarem esta intervenção a pessoas acusadas de comunismo ou de condutas sexuais inadequadas. A “Lobotomia” foi banida na maior parte dos países onde era praticada a partir da década de cinquenta com o aparecimento de fármacos como o “Prozac”, ainda hoje prescritos em casos de psiquiatria.

Para muitas pessoas a psicoterapia é uma palavra tenebrosa. Ela tem o poder de recordar o pesadelo da lobotomia, a infeliz operação ao cérebro criada por Egas Moniz, que mutilou a vida de muitos milhares de pessoas com problemas mentais nos anos quarenta e cinquenta.

Só por curiosidade, Egas Moniz sofreu um atentado de um ex-paciente a quem não chegou a fazer uma Lobotomia que o deixou paraplégico vindo a falecer em Dezembro de 1955. Hoje em dia apesar de existirem fármacos específicos, ainda há um pequeno número de países onde ainda se realizam procedimentos semelhantes mas com indicações muito restritas.

Conforme a ética médica para ser considerado completamente curado, o paciente deveria ser capaz de voltar a viver em sociedade, com a família, ou retornar para sua actividade profissional, o que era praticamente impossível depois de ter parte do cérebro destruída.

Trabalho executado por Vera Farinha.
Postado por Hélder Silva

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