sábado, 9 de janeiro de 2010

História da computação

Computação


A capacidade do ser humano em calcular quantidades nos mais variados modos foi um dos fatores que possibilitaram o desenvolvimento da matemática e da lógica. Nos primórdios da matemática e da álgebra, utilizavam-se os dedos das mãos para efetuar cálculos.
Na região do
Mar Mediterrâneo, surgiram o alfabeto e o ábaco.
A primeira ferramenta conhecida para a computação foi o ábaco, cuja invenção é atribuída a habitantes da Mesopotâmia, em torno de 2400 a.C.. Seu uso original era desenhar linhas na areia com rochas. Versões mais modernas do ábaco ainda são usadas como instrumento de cálculo.
O ábaco dos
romanos consistia de bolinhas de mármore que deslizavam numa placa de bronze cheia de sulcos. Também surgiram alguns termos matemáticos: em latim "Calx" significa mármore, assim "Calculos" era uma bolinha do ábaco, e fazer cálculos aritméticos era "Calculare".
No século V a.C., na antiga Índia, o gramático Pānini formulou a gramática de Sânscrito usando 3959 regras conhecidas como Ashtadhyāyi, de forma bastante sistemática e técnica. Pānini usou meta-regras, transformações e recursividade com tamanha sofisticação que sua gramática possuía o poder computacional teórico tal qual a
Máquina de Turing.
Entre 200 a.C. e 400, os indianos também inventaram o logaritmo, e partir do século XIII tabelas logarítmicas eram produzidas por matemáticos islâmicos. Quando John Napier descobriu os logaritmos para uso computacional no século XVI, seguiu-se um período de considerável progresso na construção de ferramentas de cálculo.
John Napier (1550-1617), escocês inventor dos logaritmos, também inventou os ossos de Napier, que eram tabelas de multiplicação gravadas em bastão, o que evitava a memorização da tabuada.
A primeira máquina de verdade foi construída por Wilhelm Schickard (1592-1635), sendo capaz de somar, subtrair, multiplicar e dividir. Essa máquina foi perdida durante a
guerra dos trinta anos, sendo que recentemente foi encontrada alguma documentação sobre ela. Durante muitos anos nada se soube sobre essa máquina, por isso, atribuía-se a Blaise Pascal (1623-1662) a construção da primeira máquina calculadora, que fazia apenas somas e subtrações.
A primeira calculadora capaz de realizar as operações básicas de soma e subtração foi inventada em 1642 pelo filósofo, físico e matemático francês
Blaise Pascal. Pascal, que aos 18 anos trabalhava com seu pai em um escritório de coleta de impostos na cidade de Rouen, desenvolveu a máquina para auxiliar o seu trabalho de contabilidade. A calculadora usava engrenagens que a faziam funcionar de maneira similar a um odômetro. Pascal recebeu uma patente do rei da França para que lançasse sua máquina no comércio. A comercialização de suas calculadoras não foi satisfatória devido a seu funcionamento pouco confiável, apesar de Pascal ter construído cerca de 50 versões.
A máquina Pascal foi criada com objetivo de ajudar seu pai a computar os impostos em Rouen, França. O projeto de Pascal foi bastante aprimorado pelo matemático alemão Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1726), que também inventou o cálculo, o qual sonhou que, um dia no futuro, todo o raciocínio pudesse ser substituído pelo girar de uma simples alavanca.
Em 1671, o filósofo e matemático alemão de
Leipzig,Gottfried Wilhelm Leibniz introduziu o conceito de realizar multiplicações e divisões através de adições e subtrações sucessivas. Em 1694, a máquina foi construída, no entanto, sua operação apresentava muita dificuldade e sujeita a erros.
Em 1820, o francês natural de Paris,
Charles Xavier Thomas, conhecido como Thomas de Colmar,projetou e construiu uma máquina capaz de efetuar as 4 operações aritméticas básicas: a Arithmomet. Esta foi a primeira calculadora realmente comercializada com sucesso. Ela fazia multiplicações com o mesmo princípio da calculadora de Leibnitz e efetuava as divisões com a assistência do usuário.
Todas essas máquinas, porém, estavam longe de ser um computador de uso geral, pois não eram programáveis. Isto quer dizer que a entrada era feita apenas de números, mas não de instruções a respeito do que fazer com os números.






Os Algoritmos




No século VII, o matemático indiano Brahmagupta explicou pela primeira vez o sistema de numeração hindu-arábico e o uso do 0. Aproximadamente em 825, o matemático persa Al-Khwarizmi escreveu o livro Calculando com numerais hindus, responsável pela difusão do sistema de numeração hindu-arábico no Oriente Médio, e posteriormente na Europa. Por volta do século XII houve uma tradução do mesmo livro para o latim: Algoritmi de numero Indorum. Tais livros apresentaram novos conceitos para definir sequências de passos para completar tarefas, como aplicações de aritmética e álgebra. Por derivação do nome, atualmente usa-se o termo algoritmo.




A Revolução Industrial




Em 1801, na França, durante a Revolução Industrial, Joseph Marie Jacquard, mecânico frânces, (1752-1834) inventou um tear mecânico controlado por grandes cartões perfurados. Sua máquina era capaz de produzir tecidos com desenhos bonitos e intrincados. Foi tamanho o sucesso que Jacquard foi quase morto quando levou o tear para Lyon, pois as pessoas tinham medo de perder o emprego. Em sete anos, já havia 11 mil teares desse tipo operando na França.




Babbage e Ada




A origem da idéia de programar uma máquina vem da necessidade de que as máquinas de tecer produzissem padrões de cores diferentes. Assim, no século XVIII foi criada uma forma de representar os padrões em cartões de papel perfurado, que eram tratados manualmente. Em 1801, Joseph Marie Jacquard (1752-1834) inventa um tear mecânico, com uma leitora automática de cartões.
A idéia de Jacquard atravessou o Canal da Mancha, onde inspirou
Charles Babbage (1792-1871), um professor de matemática de Cambridge, a desenvolver uma máquina de "tecer números", uma máquina de calcular onde a forma de calcular pudesse ser controlada por cartões.

Charles Babbage foi um matemático inglês.
Foi com Charles Babbage que o computador moderno começou a ganhar forma, através de seu trabalho no engenho analítico. O equipamento, apesar de nunca ter sido construído com sucesso, possuía todas as funcionalidades do computador moderno. Foi descrito originalmente em 1837, mais de um século antes que qualquer equipamento do gênero tivesse sido construído com sucesso. O grande diferencial do sistema de Babbage era o fato que seu dispositivo foi projetado para ser programável, item imprescindível para qualquer computador moderno.
Tudo começou com a tentativa de desenvolver uma máquina capaz de calcular polinômios por meio de diferenças, o calculador diferencial. Enquanto projetava seu calculador diferencial, a idéia de Jacquard fez com que Babbage imaginasse uma nova e mais complexa máquina, o calculador analítico, extremamente semelhante ao computador atual.
O projeto, totalmente mecânico, era composto de uma memória, um engenho central, engrenagens e alavancas usadas para a transferência de dados da memória para o engenho central e dispositivos para entrada e saída de dados. O calculador utilizaria cartões perfurados e seria automático.
Sua parte principal seria um conjunto de rodas dentadas, o moinho, formando uma máquina de somar com precisão de cinquenta dígitos. As instruções seriam lidas de cartões perfurados. Os cartões seriam lidos em um dispositivo de entrada e armazenados, para futuras referências, em um banco de mil registradores. Cada um dos registradores seria capaz de armazenar um número de cinquenta dígitos, que poderiam ser colocados lá por meio de cartões a partir do resultado de um dos cálculos do moinho.
Por algum tempo, o governo britânico financiou Babbage para construir a sua invenção.
Além disso tudo, Babbage imaginou a primeira máquina de impressão, que imprimiria os resultados dos cálculos, contidos nos registradores. Babbage conseguiu, durante algum tempo, fundos para sua pesquisa, porém não conseguiu completar sua máquina no tempo prometido e não recebeu mais dinheiro. Hoje, partes de sua máquina podem ser vistas no Museu Britânico, que também construiu uma versão completa, utilizando as técnicas disponíveis na época.
Durante sua colaboração, a matemática Ada Lovelace publicou os primeiros programas de computador em uma série de notas para o engenho analítico. Por isso, Lovelace é popularmente considerada como a primeira programadora.Em parceria com Charles Babbage,
Ada Augusta (1815-1852) ou Lady Lovelace, filha do poeta Lord Byron, era matemática amadora entusiasta. Ela se tornou a pioneira da lógica de programação, escrevendo séries de instruções para o calculador analítico. Ada inventou o conceito de subrotina, descobriu o valor das repetições - os laços (loops) e iniciou o desenvolvimento do desvio condicional.Junto com Babbage, trabalhou a jovem Ada Augusta, filha do poeta Lord Byron, conhecida como Lady Lovelace e Ada Lovelace. Ada foi a primeira programadora da história, projetando e explicando, a pedido de Babbage, programas para a máquina inexistente. Ada inventou os conceitos de subrotina, uma seqüência de instruções que pode ser usada várias vezes, loop, uma instrução que permite a repetição de uma seqüência de cartões, e do salto condicional, que permite saltar algum cartão caso uma condição seja satisfeita.
Babbage teve muitas dificuldades com a tecnologia da época, que era inadequada para se construir componentes mecânicos com a precisão necessária. Com a suspensão do financiamento por parte do governo britânico, Babbage e Ada utilizaram a fortuna da família Byron até a falência, sem que pudessem concluir o projeto, e assim o calculador analítico nunca foi construído.
Ada Lovelace e Charles Babbage estavam avançados demais para o seu tempo, tanto que até a década de 1940, nada se inventou parecido com seu computador analítico. Até essa época foram construídas muitas máquinas mecânicas de somar destinadas a controlar negócios (principalmente caixas registradoras) e algumas máquinas inspiradas na calculadora diferencial de Babbage, para realizar cálculos de engenharia (que não alcançaram grande sucesso).






A Lógica Binária




Por volta do século III a.C., o matemático indiano Pingala inventou o sistema de numeração binário. ainda usado atualmente no processamento de todos computadores modernos, o sistema estabelece que sequências específicas de uns e zeros podem representar qualquer número, letra ou imagem.
Em 1703 Gottfried Leibniz desenvolveu a lógica em um sentido formal e matemático, utilizando o sistema binário. Em seu sistema, uns e zeros também representam conceitos como verdadeiro e falso, ligado e desligado, válido e inválido. Levou mais de um século para que
George Boole publicasse a álgebra booleana (em 1854), com um sistema completo que permitia a construção de modelos matemáticos para o processamento computacional. Em 1801 apareceu o tear controlado por cartão perfurado, invenção de Joseph Marie Jacquard, no qual buracos indicavam os uns, e áreas não furadas indicavam os zeros. O sistema está longe de ser um computador, mas ilustrou que as máquinas poderiam ser controladas pelo sistema binário.
As máquinas do início do
século XIX utilizavam base decimal (0 a 9), mas foram encontradas dificuldades em implementar um dígito decimal em componentes eletrônicos, pois qualquer variação provocada por um ruído causaria erros de cálculo consideráveis.
O matemático inglês
George Boole (1815-1864) publicou em 1854 os princípios da lógica booleana, onde as variáveis assumem apenas valores 0 e 1 (verdadeiro e falso), que passou a ser utilizada a partir do início do século XX.




Shannon e a Teoria da Informação




Até a década de 1930, engenheiros eletricistas podiam construir circuitos eletrônicos para resolver problemas lógicos e matemáticos, mas a maioria o fazia sem qualquer processo, de forma particular, sem rigor teórico para tal. Isso mudou com a tese de mestrado de Claude E. Shannon de 1937, A Symbolic Analysis of Relay and Switching Circuits. Enquanto tomava aulas de Filosofia, Shannon foi exposto ao trabalho de George Boole, e percebeu que tal conceito poderia ser aplicado em conjuntos eletro-mecânicos para resolver problemas de lógica. Tal idéia, que utiliza propriedades de circuitos eletrônicos para a lógica, é o conceito básico de todos os computadores digitais. Shannon desenvolveu a teoria da informação no artigo de 1948 A Mathematical Theory of Communication, cujo conteúdo serve como fundamento para áreas de estudo como compressão de dados e criptografia.




Geração de Computadores

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Geração de Computadores
História dos Computadores
Nos dias de hoje, quando se ouve falar num
processadores de 1 GHz até nos dá sono, de
tão comuns que eles já se tornaram. Pouca
gente já ouviu falar no 8088, que foi o
processador usado no PC XT, a quase 20 anos
atrás, e muito menos no Intel 4004, o
primeiro microprocessador, lançado em 71.
Na época dos nossos bisavôs os computadores
já existiam, apesar de extremamente
rudimentares. Eram os computadores
mecânicos, que realizavam cálculos através de
um sistema de engrenagens, accionado por
uma manivela ou outro sistema mecânico
qualquer. Este tipo de sistema, comum na
forma de caixas registadoras era bastante
utilizado naquela época.
No final do século XIX surgiu o relê, um
dispositivo electromecânico, formado por um
magneto móvel, que se desloca unindo dois
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contactos metálicos. O Relê foi muito usado
no sistema telefónico, aliás algumas centrais
analógicas ainda utilizam estes dispositivos
até hoje. Os relês podem ser considerados
uma espécie de antepassados dos
transístores. Suas limitações eram o fato de
serem relativamente caros, grandes demais e
ao mesmo tempo muito lentos: um relê
demora mais de um milésimo de segundo para
fechar um circuito, mais de dez milhões de
vezes mais lento que um transístor actual.
Também no final do século XIX, surgiram as
primeiras válvulas. As válvulas foram usadas
para criar os primeiros computadores
electrónicos, na década de 40.
As válvulas têm seu funcionamento baseado
no fluxo de electrões no vácuo. Tudo começou
numa certa tarde quando Thomas Edison,
inventor da lâmpada eléctrica estava
brincando com a sua invenção. Ele percebeu
que ao ligar a lâmpada ao pólo positivo de uma
bateria e uma placa metálica ao pólo negativo,
era possível medir uma certa corrente
fluindo do filamento da lâmpada à chapa
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metálica, mesmo que os dois estivessem
isolados. Havia sido descoberto o efeito
termiónico, o princípio de funcionamento das
válvulas.
As válvulas já eram bem mais rápidas que os
relês, atingiam frequências de alguns
Megahertz, o problema é que aqueciam muito,
consumiam muita electricidade e queimavamse
facilmente. Construir um computador, que
usava milhares era extremamente
complicado, e muito caro.
Apesar de tudo isso, os primeiros
computadores começaram a surgir durante a
década de 40, naturalmente com propósitos
militares. Os principais usos eram a
codificação e de codificação de mensagens e
cálculos de artilharia.
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Sem dúvida, o computador mais famoso
daquela época foi o ENIAC (Electronic
Numerical Integrator Analyzer and
Computer), construído em 1945. O ENIAC
era composto por nada menos do que 17,468
válvulas, ocupando um galpão imenso. Porém,
apesar do tamanho, o poder de
processamento do ENIAC é ridículo para os
padrões actuais, suficiente para processar
apenas 5.000 adições, 357 multiplicações e
38 divisões por segundo, bem menos até do
que uma calculadora de bolso actual, das mais
simples.
A ideia era construir um computador para
realizar vários tipos de cálculos de artilharia
para ajudar as tropas aliadas durante a
segunda Guerra mundial. Porém, o ENIAC
acabou sendo terminado exactos 3 meses
depois do final da Guerra e acabou sendo
usado durante a guerra-fria, contribuindo por
exemplo no projecto da bomba de Hidrogénio.
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Parte do galpão que abrigava o ENIAC
A programação do ENIAC era feita através
de 6.000 chaves manuais. A cada novo cálculo,
era preciso reprogramar várias destas
chaves. Isso sem falar no resultado, que era
dado de forma binária através de um
conjunto de luzes. Não é à toa que a maior
parte dos programadores da época eram
mulheres, só mesmo elas para ter a paciência
necessária para programar e reprogramar
esse emaranhado de chaves várias vezes ao
dia.
Abaixo está a foto de uma válvula muito
usada na década de 40:
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Vendo essa foto é fácil imaginar por que as
válvulas eram tão problemáticas e caras: elas
eram simplesmente complexas demais.
Mesmo assim, na época a maior parte da
indústria continuou trabalhando no
aperfeiçoamento das válvulas, obtendo
modelos menores e mais confiáveis. Porém,
vários pesquisadores, começaram a procurar
alternativas menos problemáticas.
Várias destas pesquisas tinha como objectivo
a pesquisa de novos materiais, tanto
condutores, quanto isolantes. Os
pesquisadores começaram então a descobrir
que alguns materiais não se enquadravam nem
em um grupo nem no outro, pois de acordo
com a circunstância, podiam actuar tanto
quando isolantes quanto como condutores,
formando uma espécie de grupo intermediário
que foi logo apelidado de grupo dos
semicondutores.
Haviam encontrado a chave para desenvolver
o transístor. O primeiro projecto surgiu em
16 de Dezembro de 47, onde era usado um
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pequeno bloco de germânio (que na época era
junto com o silício o semicondutor mais
pesquisado) e três filamentos de ouro. Um
filamento era o pólo positivo, o outro o pólo
negativo, enquanto o terceiro tinha a função
de controlo. Tendo apenas uma carga
eléctrica no pólo positivo, nada acontecia, o
germânio actuava como um isolante,
bloqueando a corrente. Porém, quando uma
certa tensão eléctrica era aplicada usando o
filamento de controlo, um fenómeno
acontecia e a carga eléctrica passava a fluir
para o pólo negativo. Haviam criado um
dispositivo que substituía a válvula, sem
possuir partes móveis, gastando uma fracção
da electricidade gasta por uma e, ao mesmo
tempo, muito mais rápido.
“O primeiro projecto de transístor”
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Este primeiro transístor era relativamente
grande, mas não demorou muito para que este
modelo inicial fosse aperfeiçoado. Durante a
década de 50, o transístor foi gradualmente
dominando a indústria, substituindo
rapidamente as problemáticas válvulas. Os
modelos foram diminuindo de tamanho, caindo
de preço e tornando-se mais rápidos. Alguns
transístores da época podiam operar a até
100 MHz. Claro que esta era a frequência que
podia ser alcançada por um transístor
sozinho, nos computadores da época, a
frequência de operação era muito menor, já
que em cada ciclo de processamento o sinal
precisa passar por vários transístores.
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Evolução dos Computadores
O primeiro computador do mundo foi o
ENIAC (Electronic Numerical Integrator and
Computer), uma concepção do Professor John
Mauchly, conjuntamente como professor
J.Presper.Eckert.
Mauchly e o Eckert propuseram em 1943 ao
exército norte-americano, em plena II
Guerra Mundial, a construção deste primeiro
computador, tendo como objectivo o auxílio
nos cálculos de precisão necessários para a
balística. Foi anunciada a sua conclusão em 14
de Fevereiro de 1946 e foi patenteado em 26
de Junho de 1947 com o registo n.º
3,120,606.
O ENIAC
(Electronic
Numerical
Da esquerda para
a direita:
J. Presper Eckert,
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Integrator and
Computer)
preenchia esta
sala, incomparável
com os
miniaturizados e
mais potentes
computadores
actuais.
Jr.; Professor J.
G. Brainerd; Sam
Feltman; Captain
H. H. Goldstine;
Dr. J. W. Mauchly;
Dean Harold
Pender; General G.
M. Barnes; Colonel
Paul N. Gillon.
O ENIAC era uma grande máquina para
efectuar cálculos e baseava a sua estrutura
nos avanços científicos já anteriormente
desenvolvidos, como as sofisticadas máquinas
de cálculos matemáticos de Charles Babage,
as calculadoras mecânicas de Blaise Pascal,
Leibniz e Charles Xavier Thomas, nas relés
electromagnéticas, nas válvulas e nas
máquinas perfuradoras de cartões. Uma
válvula é, de forma simples, um tubo metálico
de meia polegada, selado em vácuo dentro de
um tubo de vidro, onde uma corrente de
electrões pode passar entre os eléctrodos.
Os tubos de vácuo foram fundamentais para
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o desenvolvimento da rádio, televisão e
gravação de sons. Eram também peças
grandes e muito frágeis que tinham uma
grande perda de energia por calor.
O ENIAC foi construído com 17 468 tubos
de vácuo, 70 000 resistências, 10 000
condensadores, 1 500 relés e 6 000
interruptores.
O ENIAC pesava 30 toneladas, consumia 200
000 watts de potência e ocupava várias salas.
Quando em operação produzia tanto calor
que necessitava de um sistema de ar forçado
para arrefecimento. Era tão grande que tinha
de ser disposto em U com três painéis sobre
rodas, para que os operadores se pudessem
mover à volta dele.
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Quando em operação, os complexos cálculos
de balística passaram a realizar – se nuns
alucinantes 30 segundos, quando com as
calculadoras manuais que até aí se usavam
demorava 12 horas até se obter o mesmo
resultado.
O centro de processamento tinha uma
estrutura muito simular à dos processadores
mais básicos que actualmente utilizamos nas
nossas calculadoras de bolso. Tinha 20
registos de dez dígitos cada, onde se podiam
efectuar somas, subtracções, multiplicações,
divisões e raízes quadradas.
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O ENIAC era programado através de milhares
de interruptores, podendo cada um dele
assumir o valor 1 ou 0 consoante o interruptor
estava ligado ou desligado.
Para o programar era necessário uma grande
quantidade de pessoas que percorriam as
longas filas de interruptores dando ao ENIAC
as instruções necessárias para computar, ou
seja, calcular.
Existia uma equipa de 80 mulheres na
Universidade da Pensilvânia cuja função era
calcular manualmente as equações diferenciais
necessárias para os cálculos de balística. O
exército chamava à função destas pessoas:
computadores. Quando o ENIAC ficou pronto
6 mulheres computador foram escolhidas para
testarem a nova máquina.
Curiosamente, o termo deixou de estar
associado às pessoas que operavam a máquina
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para dar nome à máquina propriamente dita,
uma vez que de facto a máquina passou a
realizar as contas que antes eram realizadas
por essas pessoas.
O ENIAC torna-se obsoleto e
economicamente inviável de manter após 10
anos de operação, tendo sido desmontado.
Hoje encontram-se peças do ENIAC por
muitos museus do mundo, incluindo o
Smithsonian em Washington D.C. e no local
preciso onde foi construído, na Moore School
for Electrical Engineering da Universidade da
Pensilvânia.
O ENIAC serviu de inspiração para muitos
outros computadores que se seguiram como: o
EDVAC (Electronic Discrete Variable
Computer); o ORDVAC (Ordnance Variable
Automatic Computer; SEAC (Standards
Automatic Computer) e o UNIVAC, este
último também construído por Eckert e
Mauchly para o processamento dos dados dos
censos da população americana.
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Em 1955, um computador já só pesava 3
toneladas e consumia 50 kwatts de potência,
tendo um custo de $200 000. Uma máquina
destas podia realizar 50 multiplicações por
segundo. Assim, os primeiros computadores
eram também eles máquinas que só estavam ao
alcance de grandes empresas ou instituições
que tinham necessidades de cálculo muito
exigentes e que possuíam as condições
económicas para tão grande investimento.Com
o rápido desenvolvimento dos transístores
entre 1952 e 1960, os tubos de vácuo
tornaram-se obsoletos e foi este avanço
tecnológico que permitiu a criação de
máquinas muito mais rápidas, mais pequenas e
mais baratas.
Com o tempo, os transístores passaram a ser a
base da electrónica, seguindo-se a VLSI (Very
Large Scale Integration), ou seja, a
construção de circuitos cada vez mais
pequenos de forma a ser mais leves e
dispender menos energia, por terem menos
superfície para a dissipação de energia por
calor. Esta miniaturização permitiu que se
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tivesse a mesma capacidade de cálculo de um
ENIAC na palma de uma mão. A diminuição do
tamanho fez também diminuir a quantidade de
energia necessária e o custo caiu com a
produção em série dos novos processadores.
Em 1977 uma calculadora manual pesava menos
de meio quilo e consumia meio watt e podia
realizar 250 multiplicações por segundo,
custando $300.
Hoje uma calculadora pesa poucos gramas
podendo ser incorporada em réguas ou
agendas, funciona até a energia solar e custa
menos de $5.
Um Pentium a 150Mhz é capaz de realizar 300
milhões de somas por segundo, enquanto o
ENIAC apenas conseguia realizar 5 000. A
memória do ENIAC apenas permitia guardar
200 bits, enquanto qualquer computador tem
pelo menos 128 Mbytes, ou seja, 1 073 741
824 bits.
Nos meados da década de 70 os computadores
começaram a ter preços cada vez mais
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acessíveis. Em 1981 a IBM lançou no mercado
o PC (Personal Computer).
O PC distinguia-se das máquinas existentes
até então por estar dirigido a utilizadores
individuais que poderiam passar a ter na sua
secretária uma máquina para uso exclusivo,
quando até aí esse conceito não existia... Os
computadores eram mainframe, centralizados,
e os utilizadores tinham apenas um monitor e
um teclado sendo todo o processamento
realizado no servidor.
O PC tinha ainda outra característica que o
tornou revolucionário que era o facto de ter
uma arquitectura aberta, ou seja, qualquer
fabricante poderia criar peças adaptáveis
àquela máquina dando-lhe uma funcionalidade
mais especializada, o que até aí era sempre
privilégio reservado para o fabricante do
computador. Assim o PC passou a ser o
standard de facto na indústria.
Uma regra estatística que se tem verificado
desde a invenção do primeiro computador é a
Lei de Moore que diz: “A cada 18 a 24 meses é
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lançada uma nova tecnologia que permite que
os computadores dupliquem o desempenho”.
Isto significa que em 2010 os processadores
terão a velocidade de 50Ghz e em 2020 terão
uma velocidade de 2000Ghz. Para os menos
conhecedores desta área, os melhores
computadores actuais (Novembro/2004)
funcionam a 3,2Ghz... O desempenho dos
computadores não se mede somente pela
velocidade do processador, mas este exemplo
simplista torna mais clara a evolução futura
previsível.


http://aa-cienciasdacomputacao.wikidot.com/a-geracao-dos-computadores

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