
Índice
Assunto
Introdução
Fernando Pessoa – Biografia
Fernando Pessoa – Ortónimo
Autor&Obra
Fernando Pessoa – Heteronímia
Autor&Obra
Modernismo
Poesia
Conclusão
Bibliografia/Referências
Introdução
Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa e tem como tema Fernando Pessoa e a época, tanto cultural como histórica, em que viveu.
Com a realização do trabalho pretende-se dar a conhecer um pouco mais sobre um dos melhores poetas portugueses de todos os tempos. Para isso, são desenvolvidos os seguintes temas:
Biografia do autor;
Obra (ortónima e heterónima);
Apresentação e análise de alguns poemas;
Corrente artística em que se insere.
Antes de mais, deve-se saber que Fernando Pessoa foi um extraordinário poeta e uma das personalidades mais complexas e representativas da literatura europeia do séc. XX. Era dotado de uma grande densidade psicológica, um talento e cultura imensos, era capaz de criar várias personagens, completamente diferentes, tanto a nível de experiência de vida como no modo de escrever ( os chamados heterónimos). Os seus principais heterónimos foram Alberto Caeiro (“O Mestre”), Álvaro de Campos e Ricardo Reis. Pessoa teve alguns aspectos peculiares na vida: todo o registo de óbito foi escrito na negativa: não deixou bens, nem descendentes nem mesmo testamento, não foi casado, não teve carro, nem diploma de doutor, nem máquina de escrever. Nem um emprego definido nem filiação política nem religiosa. Outro aspecto peculiar era que para Pessoa, os anos terminados em cinco tiveram um significado especial na vida.
Durante o século XX surgiu uma nova corrente artística, o Modernismo. Fernando Pessoa foi um dos seus grandes defensores e impulsionadores.
Fernando Pessoa – Biografia
Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa a 13 de junho de 1888. Pessoa era filho de um modesto funcionário, porém inteligente e culto (foi mesmo jornalista e crítico musical) que morreu tuberculoso em 1893 deixando o filho com cinco anos e a mulher. A mãe, oriunda de família açoriana, era uma senhora de esmerada educação, casou novamente em fins de 1895 com o cônsul português na África do Sul, João Miguel Rosa. Assim, o casal instalou-se em Durban (África do Sul), onde Pessoa estudou, prosseguindo depois os estudos na Universidade do Cabo (1903-04). Quando voltou definitivamente para Lisboa, Pessoa dominava a língua inglesa (e a respectiva literatura) tão bem, ou melhor, que a materna. Após uma tentativa falhada de montar uma tipografia e editora, “Empresa Íbis — Tipográfica e Editora”, dedicou-se, a partir de 1908, e a tempo parcial, à tradução de correspondência estrangeira de várias casas comerciais, sendo o restante tempo dedicado à escrita e ao estudo de filosofia (grega e alemã), ciências humanas e políticas, teosofia e literatura moderna, que assim acrescentava à sua formação, determinante na sua personalidade. Matriculou-se no Curso Superior de Letras, porém abandonou rapidamente as aulas. Dedicou-se ao estudo de filósofos gregos e alemães (Schopenhauer, Nietzsche, reflectindo-se depois, na sua obra), leu os simbolistas franceses e a moderna poesia portuguesa (Antero de Quental, Cesário Verde, etc.)
Pessoa era retraído, parecia vocacionado para viver isolado, sem compromissos, porém sempre disponível para as aventuras de espírito: levava uma vida relativamente apagada, movimentava-se num círculo restrito de amigos que frequentavam as tertúlias intelectuais dos cafés da capital, envolveu-se nas discussões literárias e até políticas da época. Definia-se como “hístero-neurasténico com a predominância do elemento histérico na emoção e do elemento neurasténico na inteligência e na vontade (minuciosidade de uma, tibieza de outra)”.
Desde cedo escreveu poesias em inglês, mas foi como ensaísta que primeiro se revelou, ao publicar, em 1912, na revista “A Águia”, uma série de artigos sobre “a nova poesia portuguesa”. Entretanto, continuou a compor poesia, em inglês e também português, devido à leitura das Flores sem Fruto e das Folhas Caídas, de Garrett. Afastando-se do grupo saudosista, desejoso de novos rumos estéticos e de fazer pulsar a literatura portuguesa ao ritmo europeu, foi um dos introdutores (juntamente com o restante grupo de “Orpheu”) do Modernismo em Portugal. Em Fevereiro de 1914 publicou, na revista “A Renascença”, a poesia “Pauis” (que deu origem a uma corrente efémera, o paulismo) e “Ó sino da minha aldeia”. Em 1914 surgiram os principais heterónimos, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. Em 1915, com Mário de Sá-Carneiro (amigo chegado, com o qual trocou intensa correspondência e cujas crises acompanhou de perto), Luís de Montalvor e outros poetas e artistas plásticos com os quais formou o grupo “Orpheu”, lançou a revista “Orpheu”.
Em 1920, ano em que a mãe, viúva, regressou a Portugal com os irmãos e em que Fernando Pessoa foi viver de novo com a família, iniciou uma relação sentimental com Ophélia Queiroz (interrompida nesse mesmo ano e retomada, para rápida e definitivamente terminar, em 1929) testemunhada pelas Cartas de Amor. Em 1925, morreu a mãe.
Colaborou nas revistas “Exílio”, “Portugal Futurista”, “Contemporânea”, “Athena”, de que foi director, “Presença” e “Descobrimento”.
Em fins de 1934, publicou Mensagem, uma colectânea de poesias que celebram os heróis e profetizam, em atitude de expectativa ansiosa, a renovada grandeza da Pátria. E nenhum volume mais saiu em vida do autor, Fernando Pessoa morreu em Novembro de 1935, no Hospital de S. Luís dos Franceses, onde foi internado com uma cólica hepática, causada provavelmente pelo consumo excessivo de álcool,
deixando grande parte da sua obra inédita, só admirada num círculo restrito, nomeadamente pelo grupo da Presença. Foi este mesmo grupo que se encarregou de dar a conhecer e valorizar a obra inédita de Pessoa. Como o seu espólio literário permaneceu, em parte, inédito, não permitiu, na altura, fazer um juízo bem fundamentado sobre todas as facetas da sua personalidade.
O prestígio internacional do escritor não tem cessado de aumentar. Foi traduzido em francês, em alemão, em italiano e em espanhol e tem sido objecto de estudo de especialistas alemães, franceses, italianos, brasileiros, etc.
Fernando Pessoa – Ortónimo
Figura cimeira da literatura portuguesa e da poesia europeia do século XX. O seu virtuosismo foi, sobretudo, uma forma de abalar a sociedade e a literatura burguesas gasta (nomeadamente através dos seus «ismos»: paulismo, interseccionismo, sensacionismo), ele fundamentou a resposta revolucionária à concepção romântica, sentimentalmente metafísica, da literatura. O apagamento da sua vida pessoal não se opôs ao exercício activo da crítica e da polémica em vida, e sobretudo a uma grande influência na literatura portuguesa do século XX.
Fernando Pessoa ortónimo, seguia, formalmente, os modelos da poesia tradicional portuguesa, em textos de grande suavidade rítmica e musical. Poeta introvertido e meditativo, anti-sentimental, reflectia inquietações e estranhezas que questionavam os limites da realidade da sua existência e do mundo. O poema “Mensagem”, exaltação sebastiânica que se cruza com um certo desalento, uma expectativa ansiosa de ressurgimento nacional, revela uma faceta misteriosa e espiritual do poeta, manifestada também nas suas incursões pelas ciências ocultas e pelo rosa-crucianismo.
Autor & Obra
O Estilo de Fernando Pessoa
Características Temáticas
Identidade perdida;
Consciência do absurdo da existência;
Tensão sinceridade/fingimento, consciência/inconsciência, sonho/realidade;
Oposição sentir/pensar, pensamento/vontade, esperança/desilusão;
Anti-sentimentalismo: intelectualização da emoção;
Estados negativos: solidão, cepticismo, tédio, angústia, cansaço, desespero, frustração;
Inquietação metafísica, dor de viver;
Auto-análise.
Características Estilísticas
Musicalidade: aliterações, transportes, ritmo, rimas, tom nasal (que conotam o prolongamento da dor e do sofrimento);
Verso geralmente curto (2 a 7 sílabas métricas);
Predomínio da quadra e da quintilha (utilização de elementos formais tradicionais);
Adjectivação expressiva;
Linguagem simples mas muito expressiva (cheia de significados escondidos);
Pontuação emotiva;
Comparações, metáforas originais, oxímoros (vários paradoxos – pôr lado a lado duas realidades completamente opostas);
Uso de símbolos (por vezes tradicionais, como o rio, a água, o mar, a brisa, a fonte, as rosas, o azul; ou modernos, como o andaime ou o cais);
É fiel à tradição poética “lusitana” e não longe, muitas vezes, da quadra popular;
Utilização de vários tempos verbais, cada um com o seu significado expressivo consoante a situação.
As temáticas de Fernando Pessoa
O fingimento artístico;
Crendo na afirmação de que o significado das palavras está em quem as lê e não em quem as escreve, Fernando Pessoa aborda a temática do “fingimento”; o poeta baseia--se em experiências vividas, mas transcreve apenas o que lhe vai na imaginação e não o real, não está a sentir o que não é real. O leitor é que ao ler, vai sentir o poema.
A dor de pensar;
O poeta não quer intelectualizar as emoções, quer permanecer ao nível do sensível para poder desfrutar dos momentos, a constante intelectualização não o permite. Sente-se como enclausurado numa cela pois sabe que não consegue deixar de raciocinar. Sente-se mal porque, assim que sente, automaticamente intelectualiza essa emoção e, através disso, tudo fica distante, confuso e negro. Ele nunca teve prazer na realidade porque para ele tudo é perda, quando ele observa a realidade parece que tudo se evaporou.
A fragmentação do eu/Resignação dorida;
O poeta é múltiplo: dentro dele encerram-se vários “eus” e ele não se consegue encontrar nem definir em nenhum deles, é incapaz de se reconhecer a si próprio – é um observador de si próprio. Sofre a vida sendo incapaz de a viver.
A Obra
Poesias de «Cancioneiro» ;
Poesias de «Fernando Pessoa - Poesia Lírica & Épica»;
Poesias Coligidas;
Mensagem;
Poesias Inéditas (1919 - 1930);
Poesias Inéditas (1930 - 1935);
Poemas Para Lili;
excertos de «Fausto: Tragédia Subjectiva»;
Chuva Oblíqua;
Passos da Cruz;
Poesias de Orpheu;
«Quadras ao Gosto Popular»;
«Canções de Beber»;
«Poesia Inglesa I»;
«Poesias Dispersas».
Fernando Pessoa – Heteronímia
Os heterónimos são concebidos como individualidades distintas da do autor, este criou-lhes uma biografia e até um horóscopo próprios. Encontram-se ligados a alguns dos problemas centrais da sua obra: a unidade ou a pluralidade do eu, a sinceridade, a noção de realidade e a estranheza da existência. Traduzem a consciência da fragmentação do eu, reduzindo o eu “real” de Pessoa a um papel que não é maior que o de qualquer um dos seus heterónimos na existência literária do poeta. São a mentalização de certas emoções e perspectivas, a sua representação irónica. De entre os vários heterónimos de Pessoa destacam-se: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
Segundo a carta de Fernando Pessoa sobre a génese dos seus heterónimos, Caeiro (1885-1915) é o Mestre, inclusive do próprio Pessoa ortónimo. Nasceu em Lisboa e aí morreu, tuberculoso , embora a maior parte da sua vida tenha decorrido numa quinta no Ribatejo, onde foram escritos quase todos os seus poemas, sendo os do último período da sua vida escritos em Lisboa, quando se encontrava já gravemente doente (daí, segundo Pessoa, a “novidade um pouco estranha ao carácter geral da obra”).
Não desempenhava qualquer profissão e era pouco instruído (teria apenas a instrução primária) e, por isso, “escrevendo mal o português”. Era órfão desde muito cedo e vivia de pequenos rendimentos, com uma tia-avó.
Caeiro era, segundo ele próprio, «o único poeta da natureza», procurando viver a exterioridade das sensações e recusando a metafísica, isto é, recusando saber como eram as coisas na realidade, conhecendo-as apenas pelas sensações, pelo que pareciam ser. Era assim caracterizado pelo seu panteísmo, ou seja, adoração pela natureza e sensacionismo. Era mestre de Ricardo Reis e Álvaro de Campos, tendo-lhes ensinado esta “filosofia do não filosofar, a aprendizagem do desaprender”.
São da sua autoria as obras O Guardador de Rebanhos, O Pastor Amoroso e os Poemas Inconjuntos.
Ricardo Reis nasceu no Porto, em 1887. Foi educado num colégio de jesuítas, tendo recebido, por isso, uma educação clássica (latina). Estudou (por vontade própria) o helenismo, isto é, o conjunto das ideias e costumes da Grécia antiga (sendo Horácio o seu modelo literário). A referida formação clássica reflecte-se, quer a nível formal, quer a nível dos temas por si tratados e da própria linguagem utilizada, com um purismo que Pessoa considerava exagerado.
Apesar de ser formado em medicina, não exercia. Dotado de convicções monárquicas, emigrou para o Brasil após a implantação da República. Caracterizava-se por ser um pagão intelectual lúcido e consciente (concebia os deuses como um ideal humano), reflectia uma moral estoico-epicurista, ou seja, limitava-se a viver o momento presente, evitando o sofrimento (“Carpe Diem”) e aceitando o carácter efémero da vida.
Álvaro de Campos, nasceu em Tavira em 1890. Era um homem viajado. Depois de uma educação vulgar de liceu formou-se em engenharia mecânica e naval na Escócia e, numas férias, fez uma viagem ao Oriente (de que resultou o poema “Opiário”). Viveu depois em Lisboa, sem exercer a sua profissão. Dedicou-se à literatura, intervindo em polémicas literárias e políticas. É da sua autoria o “Ultimatum”, manifesto contra os literatos instalados da época. Apesar dos pontos de contacto entre ambos, travou com Pessoa ortónimo uma polémica aberta. Protótipo da defesa do modernismo, era um cultivador da energia bruta e da velocidade, da vertigem agressiva do progresso, de que a Ode Triunfal é um dos melhores exemplos, evoluindo depois no sentido de um tédio, de um desencanto e de um cansaço da vida, progressivos e auto-irónicos.
Representa a parte mais audaciosa a que Pessoa se permitiu, através das experiências mais “barulhentas” do futurismo português, inclusive com algumas investidas no campo da ação político-social.
A trajetória poética de Álvaro de Campos está compreendida em três fases: a primeira, da morbidez e do torpor, é a fase do "Opiário" (oferecido a Mário de Sá-Carneiro e escrito enquanto navegava pelo Canal do Suez, em março de 1914), a segunda fase, mais mecanicista, é onde o Futurismo italiano mais transparece, é nesta fase que a sensação é mais intelectualizada. A terceira fase, do sono e do cansaço, aquela que, apesar de parecer um pouco surrealista, é a que se apresenta mais moderna e equilibrada . É nessa fase em que se enquadram: "Lisbon Revisited" (l923), "Apontamento", "Poema em Linha Reta" e "Aniversário", que trazem, respectivamente, como características, o inconformismo, a consciência da fragilidade humana, o desprezo ao suposto mito do heroísmo e o enternecimento memorialista.
Destaca-se ainda o semi-heterónimo Bernardo Soares (semi "porque - como afirma o seu próprio criador - não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e afectividade."), ajudante de guarda-livros que sempre viveu sozinho em Lisboa. Desde 1914 que Pessoa ia escrevendo fragmentos de cariz confessional, diarístico e memorialista aos quais, já a partir dessa data, deu o título de Livro do Desassossego - obra que o ocupou até ao fim. É neste livro que revela uma lucidez extrema na análise e na capacidade de exploração da alma humana.
Autor & Obra
Características temáticas
Objectivismo;
Sensacionismo;
Antimetafísico (recusa do conhecimento das coisas);
Panteísmo naturalista (adoração pela natureza).
Características estilísticas
Verso livre, métrica irregular;
Despreocupação a nível fónico;
Pobreza lexical ( linguagem simples, familiar);
Adjectivação objectiva;
Pontuação lógica;
Predomínio do presente do indicativo;
Frases simples;
Predomínio da coordenação;
Comparações simples e raras metáforas.
Ricardo Reis
Características temáticas
Epicurismo - procura do viver do prazer;
Estoicismo - crença de que o Homem é insensível a todos os males físicos e morais;
Horacionismo - seguidor literário de Horácio;
Paganismo - crença em vários deuses;
Neoclacissismo - devido à educação clássica e estudos sobre Roma e grécia antigas;
Características estilísticas
Submissão da expressão ao conteúdo: a uma ideia perfeita corresponde uma expressão perfeita;
Forma métrica: ode;
Estrofes regulares em verso decassílabo alternadas ou não com hexassílabo;
Verso branco;
Recurso frequente à assonância, à rima interior e à aliteração;
Predomínio da subordinação;
Uso frequente do hipérbato;
Uso frequente do gerúndio e do imperativo;
Uso de latinismos ( atro, ínfero, insciente,...);
Metáforas, ufemismos, comparações;
Estilo construído com muito rigor e muito denso;
Álvaro de Campos
Características temáticas
Decadentismo – cansaço, tédio, busca de novas sensações ;
Futurismo - corte com o passado, exprimindo em arte o dinamismo da vida moderna. o vocabulário onomatopaico pretende exaltar a modernidade;
Sensacionismo - corrente literária que considera a sensação como base de toda a arte;
Pessimismo – última fase, vencidismo;
Características estilísticas
Verso livre, em geral, muito longo;
Assonâncias, onomatopeias (por vezes ousadas), aliterações (por vezes ousadas);
Grafismos expressivos;
Mistura de níveis de língua;
Enumerações excessivas, exclamações, interjeições, pontuação emotiva;
Desvios sintácticos;
Estrangeirismos, neologismos;
Subordinação de fonemas;
Construções nominais, infinitivas e gerundivas;
Metáforas ousadas, oxímeros, personificações, hipérboles;
Estática não aristotélica na fase futurista.
Modernismo
Chama-se Modernismo (ou Movimento Moderno) ao conjunto de movimentos culturais, escolas e estilos que premearam as artes, a literatura, a música e até o cinema, na primeira metade do século XX.
Com um final de século conturbado em Portugal e na Europa (“Mapa-cor-de-rosa”, Ultimato Inglês, queda da monarquia e implantação da República, 1ª Guerra mundial, instituição da Ditadura Militar, ascensão do Fascismo e do Estado Novo)o Modernismo não exerceu grande influência na sociedade Portuguesa da época.
Esta corrente artística foi introduzida em Portugal a partir da publicação de uma série de artigos em jornais e revistas da época, das quais se destaca a revista “Orpheu”, considerada marco do Modernismo Português. Embora não tendo exercido grande influência na sociedade, estes novos ideais não foram mal recebidos, não foram ignorados nem vítimas de sarcasmo ou indignação por parte da população.
Este movimento não era fácil de caracterizar devido ao aparecimento de múltiplos submovimentos, os chamados – ismos (cubismo, futurismo, Sensacionismo), em simultâneo a esta corrente, no entanto, pode-se dizer que o Modernismo se baseava na ideia de que as formas “tradicionais” das artes, literatura, música e até da organização social e da vida quotidiana se tinham tornado ultrapassadas. Assim, re-examinou-se cada aspecto da vida para substituir o “antiquado” por novas e possivelmente melhores formas, com vista a chegar ao progresso. Caracteriza-se por uma nova visão da vida, que se traduz, na literatura, por uma diferente concepção da linguagem e por uma diferente abordagem dos problemas que a humanidade se vê obrigada a enfrentar, num mundo em crise.
Como exemplos de artistas desta corrente, temos Almada Negreiros e Picasso (pintura), Charles Chaplin (cinema) e Viana da Mota (música).
Poesia
Não sei quantas almas tenho


O poeta confessa a sua desfragmentação em múltiplos “eus”, revelando a sua dor de pensar, porque esta divisão provém do facto de ele intelectualizar as emoções; a sucessiva mudança leva-o a ser estranho de si mesmo (não reconhece aquilo que escreveu); metáfora da vida como um livro: lê a sua própria história (despersonalização, distancia-se para se ver).
Conclusão
Com a realização deste trabalho, conclui-se que Fernando Pessoa foi um grande poeta dos inícios do século XX.
Partiu para África do Sul muito cedo permitindo-lhe aprender e cultivar muito bem a língua inglesa. Trabalhou e colaborou em várias revistas. Delas são exemplo as revistas “Athena”, “Orpheu” e “Presença”.
Através de amigos que viviam no estrangeiro mantinha contacto com o que se passava na Europa, tornando-se adepto de uma nova corrente artística que se tentava infiltrar em Portugal – o Modernismo. Pessoa foi um dos grandes impulsionadores do Modernismo em Portugal, tendo colaborado com vários artigos difusores das ideias modernas para várias revistas.
Homem de grande pluralidade e densidade psicológica Pessoa era capaz de se “subdividir” em várias personalidades completamente diferentes da sua, os heterónimos. Deles destacam-se Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro (“O Mestre”). Cada um tinha uma maneira completamente distinta de escrever, tendo despertado grande curiosidade e levando muitos especialistas a estudar Pessoa. Isto também porque como a sua obra permaneceu em grande parte inédita não permitiu o seu estudo pormenorizado. A sua obra está traduzida em várias línguas e pode ser dividida em duas grandes categorias – ortónima e heterónima.